Por Laura Noonan e Eva Taylor
FRANKFURT (Reuters) - Cerca de um em cada cinco dos maiores bancos credores da zona do euro falharam em uma avaliação de saúde financeira no final do ano passado, mas a maioria conseguiu restaurar as suas contas desde então, disse o Banco Central Europeu, neste domingo.
Pintando um cenário mais positivo do que o esperado, o BCE encontrou os principais problemas na Itália, no Chipre e na Grécia, mas concluiu que os buracos de capital dos bancos foram preenchidos e falta apenas 10 bilhões de euros para serem arrecadados.
A Itália enfrenta o principal desafio, com nove dos seus bancos em situações ainda delicadas e dois deles ainda precisam levantar fundos.
O teste, feito para esclarecer a situação antes do BCE assumir a supervisão dos bancos mês que vem, disse que o Monte dei Pasch tem o maior buraco para preencher, de 2,1 bilhões de euros.
O exercício fornece a imagem mais clara da saúde financeira dos bancos da zona do euro mais de sete anos depois da eclosão de uma crise financeira que quase levou vários países à falência e ameaçou fraturar o bloco monetário.
Enquanto 25 dos 130 maiores bancos da zona do euro não conseguiram passar pelo exame de saúde financeira no final do ano passado, com um total de 25 bilhões de euros a menos do que o necessário, uma dúzia já conseguiu levantar 15 bilhões de euros este ano para resolver esse problema.
Uma recente pesquisa de investimento do Goldman Sachs descobriu que o BCE deve pedir aos credores para levantarem mais 51 bilhões de euros de capital para que os testes sejam críveis.
Por mais que os investidores possam se comover, ainda está incerto se esse exercício pode fazer com que os bancos emprestem mais, no momento em que o crescimento econômico da região gagueja em um impasse virtual.
O vice-presidente do Banco Central Europeu, Vitor Constancio, disse que os resultados poderiam encorajar os bancos a emprestar.
"Há alguma melhora (de demanda), mas ainda é pouco", disse Constancio à Reuters. "Tudo isso pode realmente começar a mudar o ambiente e esperamos que mude também a realidade".
Junto com a Itália, os reguladores disseram que três bancos gregos, três cipriotas, dois da Bélgica e da Eslovênia, e um de França, Alemanha, Áustria, Irlanda e Portugal também não conseguiram a nota necessária no final de 2013.
Os analistas receberam os resultados com um otimismo cauteloso, dizendo que eles poderiam marcar o começo, e não o fim, da restauração bancária da Europa.